Nostalgia: de doença mortal a sentimento universal
A nostalgia faz a sua aparição, em finais do século XVII, como uma grave doença de tipo melancólico que afectaria especialmente merdcenários suissos afastados da sua terra natal. Nesse quadro, a etiologia e a terapêutica desta patologia são objecto de uma interessante controvérsia, no século XVIII, envolvendo defensores da perspectiva humoralista versus defensores da perspectiva psicomoral. No uso actual, a nostalgia surge como um sentimento universal, sem conter necessariamente uma carga patológica associada.
Adelino Cardoso. Doutorado em Filosofia pela Universidade de Lisboa, é Investigador Integrado do CHAM – Centro de Humanidades. Os seus interesses de investigação distribuem-se pela filosofia moderna, pensamento português, fenomenologia, história e filosofia da medicina. Coordenou projectos interdisciplinares articulando nomeadamente filosofia, medicina, história e literatura: “Filosofia, Medicina e Sociedade” (2007-2011); “O conceito de natureza no pensameno médico-filosófico na transição do século XVII ao XVIII” (2012-2015) e “Arte médica e inteligibilidade científica na Archipatologia de Filipe Montalto” (2013-2015). Publicou um vasto número de artigos em revistas especializadas e vários livros, entre os quais, Leibniz segundo a expressão (1992), Fulgurações do eu. Indivíduo e Singularidade no pensamento do Renascimento (2002), Vida e percepção de si. Figuras da Subjectividade no século XVII (2008), Labirinto do eu (2019).
Arte Ecofeminista e Melancolia
O Ecofeminismo defende que as mulheres foram tal como a natureza exploradas pelo patriarcado e pelo capitalismo. Esta corrente desperta para uma concepção Mulher e de Natureza que ultrapassa o domínio físico e se estende a uma dimensão espiritual mais ampla - uma energia viva sagrada do cosmos. As mulheres pela sua condição natural estão conectadas com a dor provocada pelo ecocídio. Como diz Vandana Shiva, ao terem sido deixadas a cuidar do sustento da vida tornaram-se especialistas em manter a vida neste planeta. Nesta apresentação analisaremos algumas obras de arte ecofeminista em que se cruza a problemática ambiental e a Melancolia como expressão de luto pela destruição da natureza.
Teresa Lousa (Lisboa, 1978). É Professora Auxiliar na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, docente do grupo de Ciências da Arte e do Património. É investigadora integrada do CHAM, do Grupo de Investigação Arte, História e Património. O seu tema de Doutoramento centrou-se na figura de Francisco de Holanda, a sua Teoria da Arte a Melancolia como característica do génio criador. Actualmente as suas áreas de investigação prendem-se comas relações entre Arte e Melancolia, Arte e Género, Arte e Educação, Imaginários Artísticos e Antropoceno, Museologia, Património e Arte-Terapia.
16h30 - Debate
Comissão Organizadora
Adelino Cardoso (CHAM)Teresa Lousa (CHAM)
Organização
CHAM / NOVA FCSH