A moçambicana Noémia Carolina Abranches de Sousa Soares (1926-2002) sempre recusou as etiquetas: não gostava que lhe chamassem poetisa, nem intelectual. Iniciou a publicar poemas ocultando a sua identidade, com uma assinatura que se pudesse confundir com as iniciais do irmão Nuno: NS.
Entre as capulanas da mãe, o ronga, a revolta pela exploração do seu povo e pela crescente discriminação étnico-racial num Moçambique português, mas voltado para Índico, Noémia de Sousa representou uma das poucas mulheres que se distinguiu, entre muitos homens, na sua geração. Na altura, conforme afirmou a própria Noémia, ninguém acreditava que palavras de denúncia tão fortes, contundentes, pudessem sair da caneta de uma mulher e, apesar disso, é frequentemente definida como a “Mãe dos poetas moçambicanos”.
A sua obra, publicada maioritariamente nos anos '40 e '50 do Século XX, ficou dispersa na imprensa da época, com destaque para a Mensagem da CEI e o Brado Africano, até à publicação, um ano antes da sua morte, de Sangue Negro pela AEMO.
Este ciclo é organizado no âmbito da linha de investigação «História das Mulheres e do Género».
Organização
CHAM / NOVA FCSH
Apoio
BLX — Biblioteca Galveias / CML
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