A apropriação dos espaços do Império português por meio da contagem das suas populações foi uma prática comum, que se intensificou e ganhou novos contornos a partir do século XVIII. Neste encontro iremos refletir sobre as conjunturas que acompanharam esta intensificação, bem como sobre a edificação de estruturas burocráticas e administrativas que enquadraram e facilitaram aquela apropriação. Serão também discutidas as modalidades de descrição e classificação das populações coloniais, não somente nos “mapas da população” que se multiplicaram ao longo da cronologia aqui considerada, mas também em outros dispositivos (como as Constituições, ou os testamentos) ou tendo em vista outros fins, como o recrutamento de populações para trabalhar nas obras públicas ou para o cálculo do número de “deputados ultramarinos” às Cortes. Será ainda objecto de discussão a contraposição – ou complementaridade – entre uma história das “representações” (neste caso, das populações coloniais), ou uma história da “realidade demográfica” do Império, obtida a partir do tratamento massivo de dados estatísticos.
Este workshop realiza-se no âmbito do projecto de investigação «População e Império. A demografia e os processos estatísticos no ultramar português, 1776-1875 (COLDEMO)» financiado pela FCT e desenvolvido pelo CHAM.
Organização
CHAM / NOVA FCSH - UAc
CEDIS / FD / NOVA
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