A intervenção cultural e cívica marca desde muito novo o percurso de Victor de Sá (1921-2004) que, apenas com 16 anos de idade, começa a colaborar na imprensa bracarense. Terminado o curso liceal, em 1941, emprega-se de imediato numa livraria e, no ano seguinte, cria a Biblioteca Móvel, através da qual edita os seus primeiros livros. Sendo já activo oposicionista do regime salazarista, em 1947 funda a Livraria Victor, sendo pela primeira vez preso antes da sua inauguração. A sua livraria foi alvo de constante vigilância pela polícia política, materializada por investidas regulares das forças repressivas e censórias e por apreensões de livros. Tenta a actividade editorial, mas tal não lhe é permitido, tendo-se limitado apenas a algumas edições de autor, revelando sempre enorme preocupação pela problemática do livro e das bibliotecas em Portugal. Em 1972, depois de doutorado em História pela Sorbonne e com sete encarceramentos no cadastro, inaugura uma filial da sua livraria, um espaço de grande modernidade e foco, tal como a casa-mãe, de constantes iniciativas culturais.
Henrique Barreto Nunes é licenciado em História e diplomado com o Curso de Bibliotecário-Arquivista pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi director da Biblioteca Pública de Braga (Universidade do Minho) e colaborou no lançamento da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, em Portugal. Foi docente dos Cursos de Especialização em Ciências Documentais das faculdades de Letras do Porto, Coimbra e Lisboa. É autor dos livros Da biblioteca ao leitor (1996) e Amigos maiores que o pensamento (2011) e de numerosos artigos em obras colectivas, revistas, jornais e actas de reuniões científicas.
Comissão Organizadora
Daniel Melo (CHAM)
Patrícia Santos Hansen (CHAM)
Organização
CHAM / NOVA FCSH