Em 1622, depois de vencer o reino de Casanze, ao invés de realizar um acordo de vassalagem, o governador de Angola aprisionou os sobreviventes e os remeteu para a Bahia. Muitos morreram na travessia e não há dados seguros sobre o destino que tiveram do outro lado do Atlântico. Houve, no entanto, um debate sobre o estatuto desses prisioneiros e a Coroa portuguesa decidiu declará-los livres e mandá-los de volta para Angola. Esta apresentação analisa este evento particular para discutir algumas das implicações dos processos de escravização na África Central e da travessia pelo Atlântico na escravidão na América portuguesa no século XVII. A investigação é parte de um projecto mais amplo sobre o tema, que é apresentado em suas linhas gerais em um primeiro momento.
Silvia Hunold Lara é professora aposentada colaboradora do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pesquisadora da história da escravidão no Brasil nos séculos XVII e XVIII e da história social do direito na América portuguesa, publicou, entre outros, Campos da violência. Escravos e senhores na capitania do Rio de Janeiro, 1750-1808 (Paz e Terra, 1988), Fragmentos setecentistas. Escravidão, cultura e poder na América portuguesa (Companhia das Letras, 2007) e Palmares & Cucaú: o aprendizado da dominação (Edusp, 2021). Juntamente com Joseli Maria Nunes Mendonça organizou a coletânea Direitos e justiças no Brasil. Ensaios de história social (Edusp, 2006) e, com Phablo Roberto Marchis Fachin, Guerra contra Palmares: o manuscrito de 1678 (Chão Editora, 2021).
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