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Seminário23.05.2023
Modos da Melancolia
15h30 | online O thymos adoece, por António de Castro Caeiro

 

O thymos adoece.
 

Há algo em nós que adoece ou somos nós como um todo que ficamos doentes, quando ficamos “mentalmente” doentes? Para Aristóteles é o “thymos” que adoece. O "eu" de cada psychē pode tornar-se melancólico, adicto, zangado, loucamente apaixonado, eufórico. O thymos é o centro das emoções e sensações. É um horizonte ou melhor uma atmosfera. Não há conteúdo real que não esteja “dentro” da psychē. Fora da psychē nada encontra sentido, nem sequer é um contrasenso. O ser humano, para Aristóteles, vive numa atmosfera tímica ou psíquica (ambiente, envolvente) em que o "desespero" (dis-thumia), o "desânimo" ou a "falta de coragem" (a-thumia) ocorrem juntamente com a alegria ou a euforia (eu-thymia). De seguida, tentaremos comparar o nosso esboço com a visão contemporânea e cientificamente fundamentada da doença maníaco-depressiva, tal como apresentada num dos seus textos já clássicos da autoria de especialistas (Frederick K. Goodwin e Kay Redfield Jamison).

Palavras-chave: Thymos, athymia, euthymia, dysthymia, epithymia, psychē, problemas de raiva, vício, alcoolismo, recaída, doença mental, doença maníaco-depressiva.

 

 

António de Castro Caeiro é professor de Filosofia Antiga, Grego, Latim e Alemão na NOVA FCSH, e foi visiting scholar na Albert Ludwig Universität (Alemanha), na Universidade de São Paulo (Brasil), na University of South Florida (EUA) e no Oriel College da Universidade de Oxford (Reino Unido). Pertence ao Grupo de Pesquisa em Filosofia Antiga do Culture Lab do IFILNOVA. Traduziu as Odes Píticas (Quetzal, 2010) e as Odes Olímpicas de Píndaro (Abysmo, 2017) e é autor da tradução de referência da Ética a Nicómaco de Aristóteles (7ª ed. 1ª ed. 2004). Traduziu também os Fragmentos dos livros perdidos de Aristóteles: Diálogos e Obras Exortativas (INCM, 2014), Constituições Perdidas (Abysmo, 2018); Fragmentos Científicos (Abysmo, 2021). Publicou o ensaio: São Paulo: Apocalipse e Conversão (Aletheia, 2014), Um dia não São Dias (Abysmo, 2015), Reflexions on Everyday Life (Cambridge Scholars Publishing, 2019). É autor de artigos em revistas da especialidade “Paradoxes of Emotional Life: Second-Order Emotions.” Philosophies 2022, 7, 109. https://www.mdpi.com/2409-9287/7/5/109. “Aiming for True Life as an Act of Choice". In: Huppes-Cluysenaer, L., Coelho, N.M. (eds) Aristotle on Truth, Dialogue, Justice and Decision. Law and Philosophy Library, vol 144. Springer, CHAM. https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-031-45485-1_4. Caeiro, António de Castro. 2024. "Life-Space: Is It Anywhere Outside Our 2 Minds?" Psych 6, no. 1: 1-20. https://doi.org/10.3390/psych6010001 E recentemente publicou o livro: O que é a Filosofia. 2023. Tinta da China, Lisboa.

 

16h30 - Debate

Comentário por Manuel Silvério Marques.

 

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