«A censura e o reino da estupidez»: a segunda parte do título remete para duas famigeradas obras. A primeira, atribuída a Francisco de Melo Franco, foi composta por volta de 1785; a segunda, com título assumidamente retomado da primeira, de Jorge de Sena e publicada em 1961. Nenhuma dessas obras trata explicitamente da censura. Mas, vistas de longe, assinala-se a sua omnipresença. Serão, portanto, o nosso ponto de partida para refletir sobre as manifestações da estupidez, sem esquecer o seu suposto contrário, a inteligência, nos domínios do controlo e do combate à livre expressão humana, tanto ao nível institucional, como individual, isto é, do censor. Esta sessão, aliás, integra-se na preparação de um encontro sobre a estupidez do último. De reparar, enfim, que não se pretende entrar numa abordagem universalista dos fenómenos, mas limitar-nos-emos à longa modernidade portuguesa (sécs. XV-XX), sem, todavia, evitar escapadas na atualidade onde opera também a estupidez artificial, inspirando-nos nesta formulação por Avital Ronell (2002): «a estupidez é também aquilo que esgota o conhecimento e desgasta a história».
Coordenação
Adelino Cardoso (CHAM)
Nuno Miguel Proença (CHAM)
Organização
CHAM / NOVA FCSH
Seminário Permanente “Ciência e Cultura – Quebrar Fronteiras”