
A história da literatura, em todas as áreas geográficas, é o resultado de um duplo processo de filtragem: "seleção natural", através do desaparecimento de material; valorização, através da criação de corpora de referência. Do ponto de vista prático da disponibilidade dos objectos, isto significa que a perda supera largamente a conservação. No que diz respeito à cultura ocidental, um certo número de fatores desencadeou, durante mais de cinco séculos, uma dinâmica de recuperação, sob a égide do "Renascimento", e daí o aparecimento da filologia e das ciências dos textos.
Há duas fases a considerar:
1. A noção de "revie littéraire" surgiu em 1983, no âmbito de um projeto de editores interessados em reeditar obras de ficção consideradas injustamente esquecidas; em 1986, foi fundada a revista Roman 20-50, ainda em atividade.
2. No final da década de 2010, surgiu a necessidade de dotar esta noção de bases teóricas sólidas e eficazes no interesse do mundo académico e editorial. Como sinal desta vitalidade, para além de vários eventos reunindo estudantes, professores, investigadores e editores, estão em fase de conclusão as primeiras teses marcadas por esta questão.
Esta sessão debruçar-se-á sobre dois aspectos principais:
- A noção de re-vida literária: história e problemáticas.
- A pertinência da noção no campo lusófono.
Coordenação
Adelino Cardoso (CHAM)
Nuno Miguel Proença (CHAM)
Organização
CHAM / NOVA FCSH
Seminário Permanente “Ciência e Cultura – Quebrar Fronteiras”