Nas últimas décadas a história indígena vem se solidificando a ponto de ser escolhida como tema de monografias, dissertações e teses em diferentes programas de pós-graduação das ciências humanas e sociais. Isso se deu a partir, especialmente, das reivindicações dos povos originários para que suas histórias e memórias sejam revisitadas e que seus protagonismos, saberes ancestrais e práticas culturais sejam destacados nas produções das diferentes ciências, especialmente nos campos da História e Antropologia que desenvolvem pesquisas desde o século XVI aos dias atuais. Essas produções têm privilegiado o caminho interdisciplinar construindo diálogos entre História, Antropologia, Arqueologia, Linguística, Literatura, Ciências da Educação, Artes, Ciências Ambientais, Ciências Jurídicas entre outras.
Uma das preocupações do Seminário Permanente Mundos Indígenas, Abya Yala (SEPMIAI) é provocar a decolonização das produções acadêmicas locais, regionais, nacionais e internacionais para que não mais se construam imagens do chamado “índio genérico”, e sim dos povos indígenas na sua diversidade, interculturalidade, contínuo processos transfronteiriços e novas territorialidades físicas e simbólicas historicamente construídas e agenciadas. Esses povos nunca foram apenas “vítimas” dos primeiros contatos com os colonizadores europeus, já que sempre agenciaram as suas histórias enquanto protagonistas desde o século XVI até os dias atuais, apesar de todas as formas de violações de direitos que tiveram que enfrentar nas diferentes histórias de contatos interétnicos com os não-indígenas.
Diante do exposto o grupo de investigação, Seminário Permanente Mundos Indígenas, Abya Yala, SEPMIAI que pertence ao Centro de Humanidades – CHAM da Universidade Nova de Lisboa, Portugal em parceria com o Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil, Programa de Doutorado em História e Estudos Humanitários: Europa. América, Arte e Línguas da Universidade Pablo Ovalide, Sevilha Espanha e com o Centre de Recherches sur les pays Lusophones, CREPAL, Universidade da Sorbonne, Paris 3, propõe criar uma rede colaborativa e assertiva entre investigadores indígenas e não-indígenas para a construção de possibilidades investigativas em diferentes abordagens temáticas sobre os povos originários desde o século XVI aos dias atuais. Para tanto, ao longo do ano teremos atividades acadêmicas, através de encontros internacionais presenciais e virtuais como o já consagrado Congresso Internacional Mundos Indígenas, Abya Yala (COIMI), mas também webnários, projetos de pesquisa e publicações científicas conjuntas.
Para conhecer melhor as ações e atividades do SEPMIAI consulte o site: https://www.mundosindigenas.com.br/sobre-mundos-indigenas-abya-yala
Coordenação
Pablo Ibañez-Bonillo (CHAM / NOVA FCSH, Portugal)
Juciene Ricarte Cardoso (PPGH - UFCG, Brasil; CHAM / NOVA FCSH, Portugal)
Organização
CHAM / NOVA FCSH