Um leitor dos séculos XVI, XVII e XVIII manuseava, por vezes, sem ter consciência do facto, diferentes tipos de livros: os lícitos, que tinham obtido previamente as licenças necessárias para a sua publicação e para os quais, muitas vezes, os impressores tinham recebido privilégios, que lhes garantiam o monopólio da edição; as contrafacções, feitas ilegalmente a partir de uma edição autorizada, nas quais, frequentemente, se tentava reproduzir quase fotograficamente a obra a imprimir; os proibidos, cujos textos nunca mereceram as autorizações dos censores oficiais; e ainda outros, com textos que nunca foram, sequer, submetidos a aprovação. (…) Se a História da Literatura não ficou indiferente às teorias da estética da recepção, a História do Livro, (…), não poderá deixar de ter em linha de conta estes dois universos diferentes, mas complementares – o do livro lícito e o do livro clandestino (…) [Introdução]
Livros clandestinos e contrafacções em Portugal no século XVIII, Maria Teresa Payan Martins (aut.), Lisboa: Colibri, CHC (Apoio), 2012, 404p., (Extra Colecção).
ISBN
9789896892470