A investigação para este livro centrou-se essencialmente nos dados obtidos através de trabalhos arqueológicos, tendo como grande aliciante o poder abordar todo o processo de comércio e transacção de porcelanas chinesas nos séculos XVI e XVII a partir dos seus vestígios materiais enterrados e submersos, uma área perspectiva de investigação ainda pouco desenvolvida. Fonte de motivação suplementar é o facto de nos encontrarmos perante contextos arqueológicos distintos. Por um lado, materiais recolhidos em Macau, um grande centro exportador de porcelana chinesa, originários tanto de contextos religiosos e nobiliárquicos, como de uma área mercantil. Por outro lado, estudam-se conjuntos portugueses, recolhidos na zona de Lisboa, um grande centro importador e receptor daquelas cerâmicas asiáticas, nomeadamente na área ribeirinha, o antigo palácio dos Corte-Reais, e na Rua da Judiaria, em Almada. Por fim, o meio de transporte, ou seja, o elo que ligaria aqueles dois centros por via marítima: uma das naus da Carreira da Índia, a presumível Nossa Senhora dos Mártires, que, com o porto de destino à vista, naufragou na barra do Tejo com toda a sua valiosa carga.
De Macau a Lisboa, na rota das porcelanas Ming, Armando J. G. Sabrosa (aut.), Lisboa: CHAM, Instituto Cultural do Governo da R. A. E. de Macau, 2018, 198p., (Colecção ArqueoArte, 6).
ISBN
9789898492616