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A Fábrica Local da Experiência Colonial Portuguesa (séc. XVI-XVIII)

 

 

 

Código   .  CEECIND/2022.07838

Início   .   2023
Duração   .   72 meses
Investigadora Principal   .   Guida Marques (CHAM)

 

Instituições

 

Entidade Financiadora

Fundação para a Ciência e a Tecnologia

 

Unidade de Investigação

CHAM — Centro de Humanidades

 

Instituição Coordenadora

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Universidade Nova de Lisboa

 
 

Este projecto considera as dinâmicas políticas e institucionais no seio do império português entre os séculos XVI e XVIII. Inverte a perspectiva geral sobre o governo imperial, ao focar as relações de poder locais. Pretendo assim investigar o funcionamento do império português a partir de espaços circunscritos: os centros urbanos de Salvador da Bahia, Goa e São Paulo de Luanda, juntamente com os seus respetivos hinterlands. Estas cidades oferecem, obviamente, situações coloniais distintas; as suas zonas interiores, situações de contacto também diferentes. Todas elas, no entanto, sugerem que estas experiências foram, em grande medida, moldadas pela ação dos habitantes. Importa assim considerar as disposições políticas locais e analisar os modos como as práticas locais moldaram o império português. Trata-se de examinar as diversas dinâmicas locais/regionais e as interacções entre as organizações nativas, coloniais e europeias, considerando os vários mecanismos de violência colonial e a fábrica política das relações raciais. Ao investigar estas questões, o meu projeto chama a atenção para as ordens normativas vernaculares coloniais e nativas. Também enfatiza as várias dinâmicas que existiram nos sertões. A minha investigação visa finalmente analisar o entrelaçamento da política imperial portuguesa e das práticas locais, bem como a influência das comunidades coloniais e nativas no equilíbrio político do império.

 

Objectivos

Este projeto combina uma abordagem global com uma série de análises micro-históricas dos contextos locais, perspectivando diferentes experiências coloniais portuguesas. Este conjunto de estudos permitirá aprofundar a nossa compreensão do papel das comunidades coloniais e nativas, questionando simultaneamente a complexidade interna do governo português. Trata-se de considerar o problema da autonomia política local no seio do espaço imperial e examinar a agência das populações locais nas suas interacções com os portugueses. Ao abordar o funcionamento do império a partir de suas margens, pretende-se contribuir para a compreensão da formação imperial portuguesa. Por outro lado, a perspetiva cruzada proposta visa repensar os nexos entre as diferentes regiões do império português. Em termos teórico-metodológicos, este projeto pretende finalmente contribuir para a diversificação dos pontos de observação, o desenvolvimento de um quadro interpretativo descentrado dos impérios, bem como a abertura da história política do império português na época moderna.

 

Equipa

 

 

 

Guida Marques   .   Coordenadora