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Emigration and social inclusion in Cape Verde and Canary Islands. Historical analysis towards identity building in contact areas
 

 

 

Código .
Início   .   2018
Duração   .   79 meses
Investigador Principal   .   Javier Luis Álvarez (CHAM)

 

Instituições

Entidade Financiadora

Fundação para a Ciência e a Tecnologia

 

Instituição Coordenadora

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Universidade Nova de Lisboa

 

Unidade(s) de Investigação 

CHAM — Centro de Humanidades
 

 




 

A actual crise migratória suscitou entre a comunidade internacional um importante debate em torno das estratégias políticas para o controle de fronteiras e a ordem desses fluxos. As medidas a serem adoptadas para favorecer a inclusão social devem ser acompanhadas de uma redefinição do conceito tradicional de fronteira e reconhecer as pessoas que flexibilizaram esses espaços. O projeto estudará a «agência» de comunidades historicamente invisíveis que actuaram nas áreas de contacto Sul-Norte, a fim de identificar os elementos de um modelo social de fronteira e as derivações culturais dessa combinação.

 

Objectivos

Este projeto parte da hipótese de que nas sociedades tradicionais de contato o termo fronteira foi marcado por um caráter fundamentalmente social e inclusivo, portanto, estudar esse conceito em uma comunidade permeável permitirá que o projeto compreenda o desenvolvimento das identidades atuais e proponha novas abordagens. O projeto abordará esta ideia analisando os processos migratórios históricos e os procedimentos de integração social nos arquipélagos das Canárias e Cabo Verde, espaços tradicionais de fronteira, com fortes laços históricos e vinculados às sociedades africanas na costa atlântica. Para resolver esse problema, o projeto está estruturado em quatro objetivos:

1) Examinar os elementos característicos de cada grupo social. Além das comunidades nacionais, o projeto está interessado em analisar os processos históricos inclusivos para tornar visíveis outros grupos: africanos, americanos, cristãos-novos, escravos.... Além disso, pretende valorizar a mulher como uma componente indispensável no processo migratório. Essa abordagem permitirá reconstruir a organização social e a classificação da identidade nos arquipélagos a partir de diferentes comunidades, assim como definir os relacionamentos e conflitos internos nas sociedades em formação.

2) Organizar os elementos estratégicos que tornaram essas ilhas um espaço de apoio nas relações atlânticas. Para conhecer a motivação que desencadeou mobilidades humanas em direção às ilhas, o projeto colaborará com outros projetos que abordam conflitos internacionais, dinâmicas nacionais e determinações sociais atuais, com o objetivo de entender o impacto desses fatos na estrutura social dos arquipélagos.

3) Conhecer as linhas culturais e ideológicas delegadas por esses grupos humanos à sociedade anfitriã. O projeto opta por uma abordagem transcultural e transfronteiriça que nos permita prever as transferências técnicas e ideológicas dessas mobilidades sociais e econômicas.

4) Descobrir a relação entre o discurso institucional sobre essas mobilidades e os interesses dos ilhéus. Em contraste com as construções nacionais, o projeto procura examinar as estruturas comunicativas criadas para a sobrevivência numa região permeável e como essas estratégias locais afetaram a ordem legal estabelecida.

Para conhecer o histórico dos atuais movimentos migratórios Sul-Norte, o projeto remonta aos séculos XVI e XVII, período de consolidação do espaço atlântico. Cronologicamente, esta investigação começa a partir do ano de 1592, quando a coroa portuguesa concedeu aos madeirenses a capacidade de intervir no comércio atlântico de escravos de Cabo Verde. A partir desse momento, essas ilhas se tornaram numa plataforma transcontinental estratégica. Termina em 1663, quando a Lei de Grampos Inglesa foi aprovada, proibindo o comércio direto entre as ilhas Canárias e as Colônias Britânicas, enquanto as exportações das ilhas portuguesas eram incentivadas. Como resultado, os itinerários de migração do Atlântico foram reformulados.

 

Resultados esperados:

 

1) Divulgação científica.
2) Colaboração multidisciplinar.
3) Ciência para a sociedade.
4) Retorno à sociedade.
5) Contribuição para África.