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Conferências do CHAM28.03.2019
Conferência «A música em Portugal no século XVIII: monumentalidade, excentricidade e italianismos» por Isabel Albergaria Sousa
10h30 | Conservatório Regional de Ponta Delgada, Sala Margarida Magalhães de Sousa

 

Resumo

Apesar da restauração da sua independência, em 1640, Portugal permaneceu, ao longo da segunda metade de seiscentos, numa espécie de dependência cultural com Espanha, isolando-se das novas tendências musicais europeias. A subida ao trono de D. João V, em 1707, e os avultados rendimentos do ouro do Brasil, proporcionaram as condições para a absorção de uma nova vivência musical, marcada pela influência italiana, sobretudo da música religiosa romana, com a sua monumentalidade policoral. Uma das manifestações mais impressivas da acção cultural e religiosa de D. João V foi a construção do Real Palácio de Mafra, projectado para receber dois carrilhões e um conjunto de seis órgãos.
Na segunda metade do século XVIII, com a secularização da vida política e cultural, assistiu-se ao desabrochar da ópera, também ela de perfil italiano, com os respectivos teatros, nomeadamente a efémera Ópera do Tejo, o Teatro de S. Carlos, em Lisboa e S. João, no Porto. A influência da ópera italiana na música religiosa portuguesa do século XVIII foi de tal forma intensa que perdurou até à implantação do Liberalismo, quando o processo de laicização da sociedade portuguesa provocou um evidente prejuízo na máquina da música religiosa.

 

Isabel Albergaria Sousa
Doutorada em Musicologia Histórica pela Universidade Nova de Lisboa – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, investigadora colaboradora do CESEM-NOVA/FCSH, professora de órgão no Conservatório Regional de Ponta Delgada, organista titular do órgão histórico da Igreja de S. José em Ponta Delgada e membro da Comissão para os Órgãos Históricos dos Açores.

 

 

 

Comissão Organizadora

Duarte Nuno Chaves (CHAM)

 

 

Organização

CHAM / NOVA FCSH


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