Descodificar masculinidades na esfera mediática Portuguesa
Masculinidades e feminilidades são socialmente construídas e têm sido tradicionalmente definidas numa base binária, dentro de estruturas patriarcais. Estas são reforçadas socialmente, particularmente através dos meios de comunicação social. Partindo de uma abordagem feminista e interseccional, esta apresentação irá partilhar e discutir os resultados do projeto DeCode/M, procurando identificar e analisar de forma crítica representações de masculinidades que são (re)produzidas em Portugal e explorar se estas representações genderizadas promovem ou não masculinidades não patriarcais em relação ao género, focando-se em discursos tanto informativos como publicitários dos media portugueses entre 2009 e 2019.
DeCode/M foi o primeiro estudo abrangente sobre Media e Masculinidades em Portugal. Procurou identificar e analisar de forma crítica representações de masculinidades que são (re)produzidas, tanto pelos mass media como pelas redes sociais online em Portugal, explorando porque é que estas representações genderizadas são usadas, examinando as formas como são apropriadas, cooptadas e contestadas por audiências, e se promovem masculinidades equitativas ou não-equitativas entre as suas audiências e os(re)produtores de conteúdo. DeCode/M foi um projeto do Centro de Estudos Sociais, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia através de fundos nacionais.
Referências
Santos, Sofia José; Júlia, Garraio; Alexandre de Sousa, Carvalho; Inês, Amaral (2022), "A space to resist rape myths? Journalism, patriarchy and sexual violence", European Journal of Women's Studies, 29, 2, 298-315, https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/13505068211048465.
Santos, Sofia José; de Sousa Carvalho, Alexandre (2018), "Violência cultural, masculinidades e publicidade", Organicom, 15, 28, 206-222, https://www.revistas.usp.br/organicom/article/view/150581.
Este seminário pretende repensar a categoria de género no discurso historiográfico, numa época em que tal tópico está a ser permanentemente questionado. A historiografia portuguesa continua a referir-se à categoria de género numa perspectiva de estudo da história das mulheres, embora, nas últimas duas décadas, alguns debates sobre masculinidade e assuntos queer tenham emergido. Este seminário permanente pretende discutir, num ambiente informal e participado pela sociedade civil, novas perspectivas teóricas e empíricas sobre este tópico. O propósito estende-se além das discussões académicas, mas pretende envolver as pessoas não pertencentes à academia nas discussões sobre o devir histórico da categoria género e como o repensar da sua evolução histórica na investigação atual poderá ter impactos na contemporaneidade.
Coordenação
Mariana Meneses M. (CHAM)
Ana Sofia Ribeiro (CIDEHUS)
Organização
CHAM / NOVA FCSH
CIDEHUS - UÉ
Apoio
Biblioteca de Alcântara