Bernarda Ferreira de Lacerda (Porto, 1595- Lisboa, 1644) viveu numa época marcada pelo espírito da Contra-Reforma e, sob o ponto de vista político, em plena monarquia dual. Figura hoje pouco conhecida das letras portuguesas, a sua sólida erudição, a sua condição de poliglota e os livros de que foi autora, com destaque para o poema épico escrito em castelhano, a Hespaña Libertada (1618), aventurando-se num género literário “masculino”, deram-lhe notoriedade na época nos meios cultos, quer em Portugal quer em Espanha. Chegou a ser convidada por Filipe III para mestra dos seus filhos, cargo que recusaria. A nossa reflexão tem, pois, como protagonista esta mulher, na sua inserção social, sociabilidades literárias e produção escrita.
Ana Isabel Buescu é doutora em História pela FCSH/UNL, onde lecciona. Investigadora Integrada do CHAM-Centro de Humanidades/UNL. Livros publicados (desde 2007): D. Beatriz de Portugal (1504-1538). A Infanta esquecida, 2019; A livraria renascentista de D. Teodósio I, duque de Bragança, 2016; Na Corte dos Reis de Portugal. Saberes, Ritos e Memórias. Estudos sobre o século XVI, 2ª ed. 2011; D. João III (1502-1557), 2ª ed. 2008; Catarina de Áustria (1507-1578) Infanta de Tordesilhas, Rainha de Portugal, 2007; em colaboração: A Mesa dos Reis de Portugal. Ofícios, Consumos, Práticas e Representações (séculos XIII-XVIII), coord. Ana Isabel Buescu e David Felismino, 2011.
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