Portugueses no Vicerreino do Peru: economia mineira, comércio e boa integração
A atracção das minas de Potosi foi o factor decisivo da instalação de portugueses no Vicerreino do Peru no século XVII, conta Gleydi Sullón Barreto, investigadora do CHAM-Centro de Humanidades. Mas existiram outros factores destas migrações, como a participação no comércio de escravizados, a navegação e o exercício de actividades artesanais. Lima foi o principal destino, mas também existem registos de portugueses em Piura, Trujillo, Cajamarca, Ayacucho e Arequipa, entre outros. Apesar das limitações legais, integraram-se facilmente nas novas comunidades, sem formar grupos corporativos. E fugiam também à Inquisição, como sustenta alguma historiografia? Gleydi Sullón não encontrou documentação que sustente esta teoria, pois tratava-se de cristãos velhos ou cristãos novos autênticos, acrescentando que os portugueses contribuíram de forma discreta mas decisiva para a formação das sociedades hispano-americanas.
Gleydi Sullón Barreto é investigadora integrada do CHAM-Centro de Humanidades, sendo especialista no estudo dos portugueses no Vicereino do Peru do século XVII, com base na análise de documentos notariais. Actualmente está a desenvolver o projecto «Portuguese emigration in the Spanish Peru, 1570-1700. Social life, economic culture and the question of identities», com contrato com a FCT. Gleydi Sullón Barreto é doutorada em História (Univ. Complutense de Madrid) e autora de Extranjeros integrados. Portugueses en la Lima virreinal, 1570-1680 (2016) e Viajantes al Nuevo Mundo. Extranjeros en Lima, 1590-1640 (2019).
A entrevista é conduzida por Joana Rodrigues.
Coordenação
Isabel Araújo Branco (CHAM)
Organização
CHAM / NOVA FCSH