Início . 2016
Duração . 11 meses
Investigadora Principal . Nunziatella Alessandrini (CHAM)
Instituições
Entidade Financiadora
Fundação Calouste GulbenkianUnidade de Investigação Principal
CHAM — Centro de Humanidades
Parcerias
Cátedra de Estudos Sefarditas «Alberto Benveniste»Igreja Italiana de Nossa Senhora do Loreto
O estudo sobre marcas de água constitui um contributo inestimável para a História do Papel, fornecendo dados importantes sobre os fabricantes, os moinhos e as fábricas de papel, e abrindo perspectivas de análise complementares e até determinantes para a História Económica.
Ao contrário da Europa, em Portugal os estudos sobre marcas de água são recentes e dispersos. Recentemente, o projeto de investigação e sequente publicação com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, do estudo de Maria José Santos, Marcas de Água: séculos XIV –XIX. Coleção TECNICELPA, abriu perspectivas diferentes (e actuais) a nível de classificação de marcas de água, introduzindo propostas de metodologias aplicáveis de forma sistemática, a outras iniciativas similares. No entanto, nesta obra, pelas características do acervo em estudo, não foram suficientemente abordadas as questões técnicas de levantamento de marcas de água. Na verdade, se no passado, a recolha de marcas de água (em documentos avulsos ou em livros impressos) era feita, quase exclusivamente, através do decalque direto, actualmente, o recurso à fotografia digital com luz transmitida constitui um método de trabalho mais rigoroso e menos invasivo a nível da conservação do próprio papel. Por outro lado, enquanto que na recolha de marcas de água, a utilização de uma mesa com tampo de luz pode ser suficiente para o registo fotográfico de documentos soltos, na recolha de marcas de água em códices ou em livros impressos o recurso a um equipamento de fibra ótica mostra-se o mais adequado porque a flexibilidade da lâmina de luz fria permite um registo de grande definição da imagem. Nos casos em que por razões decorrentes do estado de conservação da folha de papel ou da tinta, não for possível obter uma fotografia de qualidade, poderá completar-se o registo fotográfico com um segundo levantamento, feito por decalque a partir da fotografia, com recurso a uma mesa digitalizadora e a um programa de desenho digital vectorial. É precisamente nesta utilização de novos recursos que reside a inovação deste projecto que visa propor uma recolha de marcas de água dos documentos dos séculos XVI e XVII existentes no arquivo da igreja de Nossa Senhora do Loreto de Lisboa feita de acordo com os normativos da International Association of Paper Historians (IPH) e utilizando as tecnologias actuais para o seu levantamento e reprodução. A documentação é composta por acerca de 2000 folhas avulsas e alguns livros. A recolha e classificação de marcas de água será feita de acordo com as normas propostas pelo IPH e na sua descrição será usada a terminologia proposta pelo Vocabulário Bernstein (Watermark-Terms. Vocabulary for Watermark Description), que constitui um recurso complementar às propostas do IPH, promovendo uma linguagem coerente, específica e colectiva no que diz respeito aos termos usados pelos diferentes investigadores na descrição das marcas de água.
Nunziatella Alessandrini . Coordenadora