O Homem é um animal de hábitos é uma frase que imortalizou Charles Dickens. A sua formulação é tão válida para hoje, como o foi para o ontem e como o será para o amanhã.
A escrita é apenas a fixação de palavras ou de pensamentos, seja essa escrita feita de que maneira for: manuscrita, talhada, gravada, impressa, digitada ou até automatizada (por exemplo, quando se dita para um aparelho e ele escreve o que lhe escuta). Quem escreve sabe ler naquilo que escreveu o que com esses símbolos queria dizer.
Os primeiros tipógrafos tinham conhecimento das práticas de escrita manuscrita. Tinham de saber ler esses manuscritos e tinham de saber fixar essa mesma palavra, essa mesma frase ou essa mesma ideia em texto escrito por meio de tipos.
Existe assim uma especialidade que tem sido esquecida a Paleotipografia. Isto é, como é que os primeiros tipógrafos adaptaram as escritas passando do manuscrito ao impresso.
Se na escrita corrente se usavam, constantemente, abreviaturas ou mesmo sinais próprios para a supressam de parte de uma palavra, ou até da sua totalidade, o mesmo se passou, por mimetismo, nos primeiros tempos da imprensa. Os seus leitores podem e devem designar-se como paleotipografos.
E são muitas as novidades sobre a forma da escrita que o estudo pode testemunhar.
João Alves Dias, licenciado, doutor e agregado em História, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, onde é docente desde 1982. É investigador dos Centro de Estudos Históricos e do CHAM (Centro de Humanidades) da mesma Universidade. Autor de mais de uma centena de estudos publicados em Livros e Revistas (nacionais e estrangeiras) de História de Portugal, História do Livro e de Paleografia e Diplomática (fontes para a história de Portugal). O seu currículo e obra pode ser consultado em http://joaoalvesdias.blogspot.com/.
Comissão Organizadora
Daniel Melo (CHAM)
Patrícia Santos Hansen (CHAM)
Organização
Grupo de Investigação «Leitura e formas de escrita»
Parceria
Grupo de Investigação «Cultura, história e pensamento ibéricos e ibero-americanos»
Biblioteca Nacional de Portugal