A arte pode potenciar o pensamento crítico e a consciência para questões sociais. Pode ser um instrumento do poder, ou ao contrário uma arte de denúncia, uma arte ativista. Nos anos 60 e 70 a arte feita por mulheres associou-se às causas do feminismo como por ex. a conhecida artista Yoko Ono, e à causa ambiental, por ex. Jo Hansen, Mary Beth Edelson, Patricia Johanson, entre outras. A arte ecofeminista surgiu no final da década de 1960 entre o desenvolvimento da arte conceptual, um tipo de feminismo ecológico e espiritual que refletia sobre a exclusão das mulheres do mercado da arte e o o símbolo da mulher em conexão à natureza.
Na actualidade os legados do pensamento feminista internacional, manifestam-se num campo vasto de produções artísticas, de conhecimentos e de práticas de investigação que continuam a ser discutidos amplamente por vezes ainda com dificuldades, dúvidas e preconceitos.
Assim, a arte feminista e ecofeminista desempenha um papel importante, não só porque conta o que a história silenciou, mas também porque propõe um diálogo crítico ao modelo capitalista e busca por alternativas: Contrapondo à visão exploradora do patriarcado, representações artísticas mais orgânicas, sistémicas, justas, resilientes e férteis, como a própria aliança que liga as mulheres à natureza.
Para este Webinar, onde se pretende alcançar um olhar internacional, a investigadora integrada Teresa Lousa convida artistas e pesquisadoras actuantes nos temas da arte comtemporânea, em particular na linha feminista e ecofeminista:
Mari Fraga, cujo trabalho artístico assenta sobretudo nas aproximações corpo-terra e mulheres-natureza no contexto do Antropoceno e Mudanças Climáticas, inspirada pelo ecofeminismo, cosmovisões ameríndias, epistemologias decoloniais e latino-americanas. É artista visual, pesquisadora e professora da Escola de Belas Artes da Universidade do Rio de Janeiro, PhD em Artes pela UERJ (2016); criadora da Revista Carbono (www.revistacarbono.com); líder do grupo de pesquisa GAE Arte:Ecologias. Experimenta.
Isadora Mattiolli é artista, professora e curadora independente. Mestre em Artes Visuais (UFRGS) e graduada em Artes Visuais (UFPR). Pesquisa arte contemporânea a partir de uma perspectiva feminista, com ênfase nos processos artísticos em fotografia, vídeo e performance. Professora na área de Produção Cultural na EMBAP (UNESPAR) desde 2019 e professora convidada na Pós-Graduação em História da Arte e Curadoria na PUC - PR desde 2018. Realiza curadorias institucionais e independentes, desde 2016, com foco em artistas iniciantes.
Taís Cardoso é doutoranda e mestre em História, Teoria e Crítica de Arte e bacharel em Ciências Sociais/Antropologia, pela UFRGS. Atua pesquisando, escrevendo e organizando exposições de arte contemporânea. Se interessa por pensar processos artísticos com abordagens feministas e queer que tangenciem questões relacionadas a ecologia e a tecnologia. Entre vários temas tem trabalhado a epistemologia feminista de Donna Haraway. Tem textos publicados em periódicos como Revista Parêntese, Folha de São Paulo e Blog do IMS.
Moderação
Teresa Lousa (CHAM)
Coordenação
Isabel Soares de Albergaria (CHAM)
Organização
CHAM Açores
Grupo de investigação «Arte, História e Património»