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ANTIGA MENTE - Death, Memory, and Cognition in Ancient Egypt in the 3rd Millennium BCE
 

 

 

Início   .   2023
Duração   .   24 meses
Investigadora Principal   .   Inês Torres (CHAM)

 

Instituições

 

Unidade(s) de Investigação

CHAM — Centro de Humanidades

 

Apoio

American Research Center in Egypt - ARCE
no âmbito de projecto «The Mastaba of Akhmerutnisut Documentation Project (MAD-P)»

 
 

A morte é um fenómeno simultaneamente biológico e social. Para os antigos egípcios, a sobrevivência do indivíduo após a morte só poderia ser garantida através da preservação da sua memória. Por outro lado, a memória do defunto é preservada através da cultura material: o túmulo é a materialização da memória do defunto. ANTIGA MENTE é um projecto exploratório interdisciplinar que investiga de que forma(s) é que a memória de um indivíduo poderia ser criada e (re)negociada através da sua cultura funerária.

Este projecto levanta a hipótese de que o design de um túmulo era um elemento cuidadosamento considerado pelo(s) seu(s) proprietário(s), de forma a transmitir uma determinada narrativa memorial para toda a eternidade. Igualmente, o projecto ANTIGA MENTE pretende demonstrar que, apesar de o túmulo ser construído com uma narrativa específica em mente, os visitantes desse espaço funerário teriam sido um grupo diversificado e heterogéneo, com a sua própria agência, passíveis de (re)interpretar a narrativa memorial do defunto de maneiras distintas (e, possivelmente, até mesmo diferentes, senão contraditórias, da original). De forma a compreender como é que o espaço tumular influenciava e contribuía para a construção de uma memorialização do defunto e, ainda, que influência(s) teria a identidade individual (género, classe sócio-económica, experiência de vida, etc.) de cada visitante na sua vivência do túmulo, a equipa do projecto exploratório ANTIGA MENTE irá recolher e processar dados sobre um conjunto representativo de túmulos egípcios do III milénio a. C., nomeadamente sobre: o espaço arquitectónico, os textos e as imagens esculpidas ou pintadas nas suas paredes; a estatuária; e outros artefactos aí colocados. Todos esses elementos são vistos aqui como mecanismos estruturados e conscientes de persuasão na produção, construção e negociação de memória entre o defunto e os visitantes.

 

 

Objectivos

Este projecto exploratório tem três objectivos principais: 1) a criação de uma extensa base de dados dos túmulos da elite egípcia do III milénio a. C., tanto dos cemitérios regionais como dos cemitérios junto à capital da época, Mênfis; 2) processamento dos dados arqueológicos, textuais e iconográficos compilados na base de dados e estudo premilinar dos mesmos, no âmbito teórico da arqueologia da memória e da arqueologia cognitiva; 3) estabelecimento de parcerias com colegas das áreas das neurociências e ciências cognitivas, psicologia, neuroestética e neuromarketing. A concretização destes objectivos lança, assim, as bases para um projecto mais extenso, que será submetido para consideração a uma ERC Starting Grant em 2025.

 

 

 

Membros
 

 

 

Inês Torres    .    Coordenadora


Guilherme Borges Pires (CHAM)

 

Maarten Praet (CHAM)

 

Hugo Rafael (Universidade de Lisboa)