Realidade Virtual. Criação de ambientes 3Ds aplicados ao Património.
A realidade virtual (RV) constitui uma técnica poderosa de uso de tecnologias digitais ao serviço da interpretação e reconstituição de objectos, espaços e sítios históricos em ambientes virtuais tridimensionais. A obtenção de imagens que revelam uma aparência rigorosa e verosímil conduzem o utilizador a interagir com esses ambientes e espaços como se estivessem fisicamente no local, o que permite um tipo de experiência imersiva de grande potencial educacional, científico e turístico. O uso dessa tecnologia ao serviço de objectos de documentação, preservação e divulgação do património cultural constitui uma ferramenta cada vez mais usada por grupos de investigação, equipas de museus, centros de interpretação e sítios arqueológicos bem como recurso turístico de grande impacto. Os processos de reconstrução virtual, fotogrametria digital, restauro virtual, edição de vídeo e infografias, entre outras formas de renderização têm conhecido avanços inquestionáveis e estão cada vez mais na órbita de todos os que lidam com a investigação científica no campo da arquitetura, do urbanismo, do paisagismo, das artes e do património. Não obstante, colocam-se desafios e limites à RV que é necessário ter em conta quando se procuram resultados fiáveis. A distorção da realidade percecionada que não pode ser confundida com a experiência real, a perda de autenticidade e a simplificação por via de uma seleção parcial e muitas vezes hipotética dos elementos históricos, ou a excessiva dependência dos ambientes virtuais conduzindo a um desinteresse face aos objetos reais, são apenas alguns dos que podem ser indicados. Face ao potencial e, simultaneamente, aos desafios técnicos, científicos e culturais que se colocam à RV cabe questionar qual o papel que a virtualização patrimonial deve ter na formação e na investigação científica e qual a importância conferida aos métodos e processos utilizados para a obtenção dos resultados finais.
Participação: Ana Paula Falcão (CERIS/IST); Mafalda Batista Pacheco (CHAM); Bruno A Martino (CHAM)
Moderação: Isabel Soares de Albergaria (CHAM)
Coordenação
Isabel Soares de Albergaria (CHAM)
Colaboração Especial
Anahí Meyer Riera (CHAM)
Organização
CHAM Açores
Grupo de investigação «Arte, História e Património»