Tendo sido conceptualizado de diferentes formas ao longo do tempo, Género pode ser genericamente definido como o conjunto das associações, atitudes e práticas continuamente mutáveis atribuídas por grupos sociais humanos a indivíduos baseadas nos seus corpos sexualizados. Neste sentido, Género pressupõe uma praxis que reivindica e sustenta uma divisão dos corpos através da remissão a normas previamente estabelecidas, num dado contexto sócio-cultural. Estas normas expressam-se por intermédio de instituições, práticas e discursos, com diversos de pontos de origem e difusão (Butler 1990:ix). É assim impossível pensar o género sem considerar os discursos produzidos por diferentes poderes. Na realidade, os próprios princípios em que assenta a distinção entre sexo e género são socialmente construídos e, portanto, sujeitos a mutação. Simultaneamente, a conceptualização de género como construto social, ligado a conceitos como discursividade e/ou performance tem implicações substanciais em diversos aspectos, influenciando a forma como se estudam sociedades contemporâneas e/ou passadas. As instituições, representações e práticas religiosas podem ser percebidas, diacronica e sincronicamente, como um dispositivo complexo de discursos que ora justifica ora é justificado pelas práticas sócio-culturais. Neste sentido, as religiões, na sua dimensão multi- facetada e tentacular, constituem importantes mecanismos de criação e (re)produção de ideias generizadas.
Comissão Organizadora
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Organização
CHAM / NOVA FCSH